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A importância da Gestão da Manutenção nos Laticínios

Começamos este artigo sobre gestão da manutenção nos laticínios com a seguinte reflexão: “Se você acha muito caro manter uma boa gestão de manutenção dos seus equipamentos, experimente não a ter”.

A partir da nossa reflexão inicial, podemos dizer que grande parte dos laticínios não possuem uma boa gestão de manutenção. Ao considerarmos que equipamentos antigos, ou novos em que acreditamos não ser preciso estabelecer reparos preventivos para se garantir uma melhor performance, acabamos atuando muito mais na manutenção corretiva, o famoso “apaga incêndio”.

O que muitas vezes não percebemos é o quanto gastamos com esse “quebra, arruma”, pois muitas vezes não contabilizamos os custos de uma produção parada dentro da gestão da manutenção.

Dessa forma, para um bom sistema de Gestão de Manutenção, vamos citar alguns pilares importantes, sendo eles:

Pessoas;
Manutenção Preventiva;
Manutenção Corretiva;
Manutenção Preditiva;
Custo;
Produtividade.

Pilar Pessoas

Começamos pelas pessoas. Acredito que de todos os pilares, esse seja o mais importante — assim como em qualquer sistema — as pessoas sempre serão mais importantes, pois são elas que realizam todo o processo, e para a gestão de manutenção, isso não é diferente!

Pessoas capacitadas e bem motivadas fazem toda a diferença nesse processo. Usamos o chamado Conhecimento, Habilidade e Atitude (CHA) para medir o grau da equipe de manutenção para operação das atividades.

Dessa forma, é possível saber o que você mais precisa em seu time: treinamento, mais pessoas preparadas ou mais colaboradores com vontade de fazer a diferença. A habilidade técnica também é fundamental, pois ajudará na agilidade de resolução de problemas no dia a dia.

Pilares de Manutenção Preventiva, Corretiva e Preditiva

Consideramos os pilares de operação/planejamento do sistema de gestão. A manutenção preventiva e corretiva são os tipos mais comuns encontrados na maioria das empresas, sendo que a preditiva ainda gera dúvidas em muitos gestores. De uma forma geral, a diferença entre elas está no objetivo de cada ação.

Isso porque a preventiva — como o nome sugere — é feita antes que algum problema aconteça já a corretiva é realizada quando algo já impede o funcionamento da máquina ou equipamento, ou seja o equipamento escolhe quando parar.

O que é manutenção preventiva?

A manutenção preventiva é aquela feita de maneira aprevenir problemas. Em geral, são feitas intervenções programadas pela equipe de Manutenção, evitando que surjam falhas nos equipamentos e maquinários.

O que é manutenção corretiva?

A manutenção corretiva é aquela que busca corrigir os problemas ou as falhas que os itens já estejam apresentando. Por isso, ela é uma manutenção não programada e, na maioria das vezes, envolve ações mais drásticas, como substituição de peças e componentes danificados ou extremamente desgastados.

O que é manutenção preditiva?

Na preditiva, as ações são baseadas na inspeção sistemática e na observação frequentes das modificações dos parâmetros ou condições de desempenho das máquinas e equipamentos.

Qual a importância dos Indicadores de Manutenção?

Um bom gestor deve estar municiado de números que refletem à realidade do setor e, com bases nestes, tomar decisões estratégicas.

O que são Indicadores de Manutenção?

Um indicador é uma métrica. Ou seja, um indicador é um dado quantitativo que lhe informa como está a performance de um determinado processo, ativo ou setor, quando comparado com alguns outros dados de benchmarking

Quais são os principais Indicadores de Manutenção?

Os Indicadores de Manutenção estão divididos em duas categorias principais:

  • Indicadores de manutenção que evidenciam o efeito de manutenção no desempenho dos negócios;
  • Indicadores de Manutenção que estão ligados diretamente à Confiabilidade e Disponibilidade dos ativos.

 Veja a seguir exemplos de indicadores:

  • MTBF: é a sigla para Mean Time Between Failures — que em português significa tempo médio entre falhas;
  • MTTR: é a sigla para Mean Time to Repair — que em português significa Tempo Médio para Reparo;
  • Disponibilidade Inerente;
  • Confiabilidade;
  • Custo de Manutenção / Faturamento;
  • Custo de Manutenção/ Unidade Produzida;
  • Backlog (tradução: trabalho em atraso);
  •  HH (Homem/Hora) — empregado por Tipo de Manutenção;
  •  Fator de Produtividade da Mão de Obra;

É claro que envolve muitos fatores para uma boa gestão de manutenção, a qual não é fácil e precisa ser tratada como um pilar importante para o negócio, pois os custos sem uma boa gestão podem ser exorbitantes.

Custo

Muitos laticínios não fazem ideia de quanto custa sua operação, sendo de extrema importância mapear o custo total da manutenção pelo volume total de produção. Além desse cálculo, é interessante criar o custo de parada de operação, por exemplo: se sua drenoprensa quebra e gastamos em torno de 2 horas para intervenção, calcula-se o custo dessas 2 horas de produção parada.

Cada empresa tem uma forma particular de medir isso, muitas calculam pelo custo do produto em processo e algumas pelo custo do produto acabado. Independente da forma de cálculo, esse é um ótimo indicador para fomentar ainda mais a gestão da manutenção preventiva.

Outros indicadores de custos que muitas vezes não atribuímos à gestão da Manutenção são: perdas em processo — como vazamentos devido problemas em bombas –,  juntas danificadas etc. Vários exemplos que, se pararmos para observar nosso processo com atenção, certamente teremos muitas oportunidades.

Produtividade

Por fim, o pilar produtividade, o qual acredito ser o menos praticado nos laticínios. Muitas vezes temos a gestão da Manutenção apenas como “arrumar coisas”, mas podemos olhar para esse processo de uma forma diferente, pois essa equipe detém grande conhecimento do processo e pode ajudar muito na busca pela melhoria contínua.

Grandes oportunidades de redução de perdas; melhoria de processo e aumento de produtividade podem vir de projetos realizados por essa equipe, como, por exemplo: aumento de produtividade em máquinas de envase de produto devido À redução de quebras; redução de paradas; redução de setup etc; redução de tempo de CIP ou melhoria da performance, por meio de mudança de bombas; redução de trechos de tubulações; reposicionamento e/ou instalações de spray ball etc.

De toda forma, estabelecer um bom sistema de Gestão de Manutenção e mantê-lo não é algo fácil, principalmente em tempos de crise, pois optamos sempre  por cortes, se percebemos que nossos equipamentos não estão quebrando e neste ponto que “mora o perigo.”

Uma vez que não rodamos o sistema por completo, corremos riscos de impactos muito maiores por planta parada, por isso a frase que iniciamos o artigo: “Se você acha muito caro manter uma boa gestão de manutenção dos seus equipamentos, experimente não a ter”.

(Fonte)

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