Com uma usina em funcionamento em Araguari (MG) e outra em Sorriso (MT), o etanol de soja pode estar prestes a ganhar uma terceira unidade. Desta vez, o investimento acontecerá no Rio Grande do Sul e pelas mãos da Olfar, uma das maiores fabricantes de biodiesel do país.
Conforme fontes ouvidas pelo Valor Econômico, a unidade deve utilizar melaço de soja em conjunto com a proteína concentrada do grão (SPC, na sigla em inglês), uma mistura que é mais comumente destinada à ração animal, mas tem baixo valor de mercado. O processo deve utilizar a mesma tecnologia da Fermentec que foi adotada pela CJ Selecta, em Minas Gerais.
Segundo a Fermentec, além de agregar valor ao coproduto, o processo de fabricação de etanol também deve reduzir custos na indústria, por conta da mudança nos insumos utilizados. Ao Valor, a companhia afirma que a Olfar deverá ser capaz de converter 15 toneladas de farelo de soja em mil litros de etanol, resultando em até 12 milhões de litros de etanol ao ano. Além disso, aproximadamente 50% do etanol da Olfar deve ser utilizado para abastecer a própria indústria, enquanto a outra metade poderá ser vendida para indústrias ou como combustível.
De acordo com o vice-presidente da Fermentec, Alexandre Godoy, a empresa teve uma série de aprendizados desde a inauguração da unidade da CJ Selecta, em 2021. De lá para cá, novas leveduras foram incorporadas, assim como procedimentos para melhorar a assepsia do processo e evitar a presença de bactérias.
Segundo ele, após os ajustes, a CJ Selecta consegue produzir 180 litros de etanol por tonelada de melaço de soja.
Fonte: Nova Cana
