Ao atingir 3,445 bilhões de cabeças no primeiro semestre de 2023, a produção brasileira de pintos de corte registrou novo recorde para o período. Mas só para o primeiro semestre porque, em termos semestrais, o volume mais recente ainda se encontra aquém dos alcançados no segundo semestre dos últimos três anos, ocasiões em que o volume produzido no espaço de seis meses ultrapassou os 3,5 bilhões de cabeças.
Embora tenha ficado 4% acima da registrada há um ano, a produção de 2023 superou em menos de 1% o que foi produzido dois anos antes, no primeiro semestre de 2021. De toda forma, apresenta agora expansão de 83% em relação ao total de 20 anos atrás, 2003, o que significa que, nesse período, se expandiu a uma média de 3% ao ano.
Porém, essa expansão tem dois momentos distintos. Naquele que pode ser considerado o primeiro momento, entre 2003 e 2013, o crescimento médio foi de, aproximadamente, 5% ao ano. É quando o Brasil assume o posto de maior exportador mundial de carne de frango (2004) e, sobretudo por isso, a expansão semestral chega a registrar, em algumas ocasiões, índices acima de dois dígitos.
Notar que, mesmo assim, houve um semestre em que a produção retroagiu em relação ao semestre anterior. Foi em 2006 quando, lá fora, o mundo se viu às voltas com o primeiro grande surto de Influenza Aviária e o consumo (por desconhecimento do consumidor) sofreu forte retração, afetando diretamente as exportações brasileiras. Mas a recuperação veio rápida. Tanto que no semestre seguinte o volume produzido aumentou quase 15%.
Já no segundo momento, 2013 a 2023, a expansão mal chega a 1% ao ano, sendo marcada por reduções que refletem, sobretudo, o comportamento da economia – no Brasil e no mundo. Interessante notar que mesmo com o surgimento da pandemia (2020) a produção permaneceu em expansão, só apresentando ligeira retração em 2022 – neste caso, mais em função dos elevados custos de produção. Casualidade ou não, o fato é que essa redução acabou coincidindo com recordes históricos no preço do frango.
Fonte: Avisite
